terça-feira, 17 de abril de 2012

CENÁRIO ECONÔMICO MUNDIAL


No dia 12/4/12, assisti à palestra "Cenário econômico mundial", com Rodolfo Henrique Fischer (Diretor-Presidente do Banco Itaú BBA). O evento abriu o curso de MBA em Inteligência Estratégica, Competitiva e Econômica, na FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Segue a síntese da palestra:


A crise na zona do euro deu-se fundamentalmente por problemas fiscais. Alguns países gastaram mais do que arrecadaram, e desse modo, passaram a buscar financiamento e acumular dívidas. Quando o crédito para esse finaciamento tornou-se escasso (devido à crise de 2008), houve problemas de rolagem das dívidas.
A Grécia destacou-se nesse cenário, e hoje a relação dívida/PIB nesse país chega a 120% (um valor muito superior ao definido no Tratado de Maastricht, que é de 60%), o que denota um grande descontrole das contas públicas. Essa condição gera a desconfiança dos investidores, com relação à capacidade desses governos de honrarem suas dívidas.

Situação da Europa:
-O desemprego nos 17 países do Euro está em 10,7%.
-A taxa de inflação ficará entre 2,1 e 2,7% em 2012.
-O PIB se contrairá 0,1%, em média.
-Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha são os países em piores condições.

Cenário mais provável:
O Euro continua existindo, mas com grandes chances da Grécia, e talvez Portugal, deixarem a união monetária. Isso, para que esses países possam desvalorizar suas moedas e ter chances de pagar a dívida. Porém, o norte da Europa deve colocar uma linha de defesa em torno de Portugal e Irlanda, para evitar maiores contágios.
(Há um cenário alternativo: O Euro deixa de existir, e subgrupos de países podem gerar novas uniões. Isso pode ocorrer se houver grave contágio com a saída de Grécia e Portugal).

 Situação do Brasil:
-Real valorizado.
-Tendência de baixa da Selic (9% ou menos).
-Expectativa de crescimento ao redor de 4%.
-Expectativa de inflação de 5,2%.
-Infraestrutura e indústria frágeis.
-Grande dependência de commodities.

Cenário mais provável:
-Empresas de manufatura, principalmente que exportam para EUA e Europa, terão dificuldades. A agricultura, altamente inovadora, continuará tendo ganhos de produtividade. O setor de serviços, que não sofre concorrência internacional, consegue repassar preços, fato que aumenta a pressão inflacionária.
-Há uma tendência de aumento do investimento. Hoje está em 19% do PIB, mas em 2012 deve ultrapassar os 20%.
-Háverá reforço na defesa comercial. Operações como 'Maré Vermelha', 'Panos Quentes', 'Passos Largos' e 'Fronteiras Blindadas', além das ações do INMETRO no controle de mercadorias importadas, são respostas à concorrência predatória.

Conclusões:
-Década perdida para Europa e EUA. Os juros baixos vieram para ficar.
-A China tem a necessidade de desenvolvimento do mercado interno, para sustentar o crescimento a médio prazo. A expectativa é de redução do crescimento em 2012, de 8 para 7,5%.
-A América Latina está bem posicionada para continuar se beneficiando do longo ciclo de commodities, exceto a Argentina que terá desaceleração da economia e previsão de inflação de 26,5% em 2012.
-O Brasil aumenta o crescimento, e reduz o desemprego, a inflação e os juros.

A partir dessa semana passarei a escrever sistematicamente sobre o tema
Inteligência Estratégica, Competitiva e Econômica.
Espero que acompanhem e aproveitem as informações!

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